SPA respeita as regras impostas pela pandemia mas nunca deixa de apostar na vida cultural

O agravamento do ciclo de propagação do vírus pandémico e a reentrada do país num plano de contingência vem dificultar, inevitavelmente a vida da SPA, condicionando a cobrança de direitos e inviabilizando a realização de actos culturais que, sem público, perdem o seu sentido e alcance. Quando está proibida a concentração de mais de uma dezena de pessoas, não pode haver actos culturais sustentáveis com a presença de público.

A SPA irá entregar os prémios José da Ponte e Igrejas Caeiro, bem como Grande Prémio de Teatro SPA/Novo Grupo, o prémio para o vencedor da canção “Portugal a Descobrir Portugal” e ainda o Prémio de Criatividade Tecnológica logo que existam condições adequadas para o efeito. Ainda sem data prevista, será inaugurada a exposição evocativa da vida e da obra do dramaturgo Bernardo Santareno.

Os prémios anuais da Gala da SPA no CCB em 2020 foram anulados devido à violência da pandemia, dando lugar aos de 2021 que serão entregues em data e local a anunciar, ficando desde já excluída a opção pelo CCB, também por imperativos da gestão da cooperativa que impõem grande contenção e rigor nas despesas. De qualquer forma, os autores e artistas que merecem ser distinguidos terão da parte da cooperativa dos autores portugueses, no próximo ano, o merecido e inadiável reconhecimento.

Nos primeiros meses de 2021, a SPA voltará a atribuir os habituais prémios Pedro Osório, José da Ponte, Igrejas Caeiro e para o melhor jornalista cultural, em conformidade com as condições impostas pela Direcção-Geral de Saúde e, desejavelmente, já com uma vacina credível a ser utilizada no combate ao flagelo pandémico.

Entretanto a SPA garante nos próximos meses a edição de vários novos livros e também a realização, em moldes a definir, de uma exposição ou exposições resultantes de um acordo estabelecido entre a SPA e a Ephemera, liderada pelo historiador José Pacheco Pereira, cooperador da SPA já distinguido com o Prémio de Consagração de Carreira.

O programa “Original é a Cultura” prossegue na SIC, o “Língua Mãe” com Carlos Alberto Moniz na CMTV e o “Autores” continua com Carlos Mendes na TVI, mas em moldes a definir em breve com a nova Administração daquela estação. Prossegue também a colaboração regular com a TSF que semanalmente dá voz a autores de todas as disciplinas. Já passaram por esta rubrica mais de 200 autores em alguns anos.

A SPA assegurará até ao final do ano a edição de um livro sobre a vida e obra de Carlos Paredes, coordenado por Paulo Sérgio Santos. Irá também ser publicado, com a chancela da Guerra e Paz, um livro da colecção “Fio da Memória” com o testemunho autobiográfico do escritor Mário Cláudio.

Nas próximas semanas será divulgado o regulamento do Prémio Literário Maria Velho da Costa, para autores sem obras publicadas e cuja edição será apoiada pela cooperativa.

A revista “Autores” passará a existir apenas sob a forma digital e com uma renovada dinâmica e estratégia de comunicação.

Perto do final do ano, a SPA dará conta ao universo autoral da natureza e alcance do seu projecto para 2021, na esperança de se ver a pandemia já controlada.

A SPA, limitada e condicionada pela pandemia que criou a maior crise e desafio da sua história quase centenária, teve de fazer opções, designadamente na área dos recursos humanos, que permitam reduzir despesas e concentrar os esforços colectivos no que é estratégico e prioritário. A cooperativa, sempre solidária com os muitos autores atingidos pela adversidade, nunca deixará de apostar na qualidade da oferta cultural, por entender que ela constitui uma peça central da sua identidade e da mobilização dos autores e do interesse da opinião publica. Melhores tempos hão-de chegar, também com o apoio e a vitalidade da cultura.

Lisboa, 14 de Setembro de 2020

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