A SPA manifesta o seu pesar pela morte, aos 105 anos, no Hospital de São José, em Lisboa, da jornalista e escritora Manuela de Azevedo, a mais antiga repórter do mundo. Manuela de Azevedo foi repórter do “Diário de Lisboa”, do “República” e do “Diário de Notícias”, tendo conhecido bem, antes do 25 de Abril, os efeitos da intervenção da Censura. A jornalista e escritora era associada da SPA desde 23 de Novembro de 1943.
Filha de um jornalista que foi director do “Diário da Beira Alta”, Manuela de Azevedo nasceu em Lisboa em 31 de Agosto de 1911, tendo acompanhado como jornalista e cidadã as grandes mudanças políticas e sociais do seu tempo e estando ainda profissionalmente muito activa por ocasião do 25 de Abril de 1974, sendo então redactora do “Diário de Notícias”.
Era a mais antiga associada do Sindicato dos Jornalistas. Em Agosto do ano passado foi homenageada no dia do seu aniversário e recebeu do Presidente da República a Ordem da Instrução Pública.
Tendo atravessado, durante décadas, os grandes momentos da história do jornalismo, Manuela de Azevedo publicou vários livros, merecendo destaque a sua biografia de Guerra Junqueiro. Estreou-se como jornalista no “República” com um artigo sobre a eutanásia e outro a defender a Sociedade das Nações. Entre as muitas entrevistas que fez na sua longa carreira destaca-se uma a Ernest Hemingway feita em 1945.
A SPA recorda-a como uma mulher de convicções que, ao longo da vida, nunca deixou de defender os princípios e os valores da democracia e da liberdade.
Lisboa, 13 de Fevereiro de 2017