A Sociedade Portuguesa de Autores manifesta o seu sentido pesar pelo falecimento da escritora Luísa Dacosta, nascida em Fevereiro de 1927 e associada da SPA desde Setembro de 1991. Luísa Dacosta era formada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Lisboa, tendo sido profundamente marcada no seu universo criador pelas mulheres de A-Ver-O-Mar”, tema inspirador de obras como “Morrer a Ocidente” (1990), “A Maresia e o Sargaço dos Dias” (2008), “Nos Jardins do Mar (1981) e de numerosas páginas dos seus dois diários: “Na Água do Tempo” (1992) e “Um Olhar Naufragado” (2008).
Muito marcada pela temática da afirmação da condição da mulher e pela defesa dos seus direitos, Luísa Dacosta foi professora do ciclo preparatório e em várias escolas do Norte do país, tendo participado na experiência do lançamento do 7º e 8º ano de escolaridade. Em 1975 cumpriu um mandato no Conselho de Imprensa, tendo estado em Timor por requisição das autoridades locais nesse mesmo ano, com a responsabilidade de efectuar remodelações no ensino local.
Luísa Dacosta escreveu numerosos catálogos para artistas plásticos, estando alguns deles editados nos seus livros de memórias. Em 2011, as Correntes D’escritas, na Póvoa do Varzim, homenagearam a escritora e deram destaque à sua obra. Luísa Dacosta faleceu um dia antes de ter completado 88 anos.
Entre os vários prémios que a distinguiram destacam-se Prémio Máxima pelo livro “Na Água do Tempo” e, em 2010, o Prémio Vergílio Ferreira atribuído pela Universidade de Évora.
A SPA manifesta o seu pesar pela morte da escritora que construíu uma obra digna do maior apreço.
Lisboa, 18 de Fevereiro de 2015