A Sociedade Portuguesa de Autores congratula-se com a merecida atribuição do Prémio Camões a Hélia Correia (cooperadora 736 da SPA) e um dos nomes mais importantes da literatura de língua portuguesa, universo no qual este prémio é atribuído anualmente. Atribuído por unanimidade, o vencedor do prémio foi anunciado no Rio de Janeiro, no Palácio de São Clemente, sede do Consulado de Portugal naquela cidade brasileira. Hélia Correia, de 66 anos, sucede ao escritor brasileiro Alberto Costa e Silva, diplomata de carreira e ex-embaixador em Portugal, distinguido em 2014. Portugal e Brasil têm o mesmo número de escritores premiados, 11 cada. Sabe-se que o nome de Hélia Correia já tinha estado, em edição anterior, prestes a receber o Prémio Camões.
O júri, constituído por escritores portugueses, brasileiros e de outros países de língua portuguesa considerou que a escolha foi fácil. Foi tida em conta a originalidade, a consistência estilística e a profundidade das raízes culturais que se encontram em toda a obra de Hélia Correia, incluindo a poesia e o teatro, para além, da ficção narrativa.
A Relógio d’Águia, editora da premiada, anunciou entretanto o propósito de editar algumas das suas obras de referência em capa dura. Hélia Correia tem uma peça de teatro editada pela SPA. Muito marcada pelo convívio com a cultura clássica e pela observação do mundo contemporâneo, Hélia Correia deixou bem presente a força dessa referência no livro de poemas “Terceira Miséria”, já premiado.
A escritora nasceu em Lisboa, cresceu em Mafra, numa família com intensa actividade antifascista, estudou na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, onde se licenciou em Filologia Românica, e foi até à aposentação professora do ensino secundário.
Obras como “Lillias Fraser”, “Montedemo” ou ou “O Número dos Vivos” confirmaram a excelência do seu universo narrativo que a destaca, uma vez mais, como uma das maiores escritoras contemporâneas de língua portuguesa.
A SPA recebeu com natural satisfação a notícia da distinção de um dos seus associados de longa data, o que confirma o peso da literatura na vida desta cooperativa de autores, e deseja a Hélia Correia a continuação de uma vida e de uma obra coroadas com os êxitos de que sempre foi e continua a ser merecedora.
Lisboa, 18 de Junho de 2015
