Pesar da SPA pela morte do autor e actor Nicolau Breyner

A SPA manifesta o seu sentido pesar pelo falecimento, hoje, segunda-feira do actor e autor Nicolau Breyner, de 75 anos que era beneficiário da cooperativa desde Março de 1967 e seu cooperador desde 23 de Setembro de 1985. A SPA distinguiu Nicolau Breyner, um dos mais criativos e produtivos actores e autores portugueses de sempre com a sua Medalha de Honra, no Dia do Autor (22 de Maio) de 2009. Sabe-se que o corpo de Nicolay Breyner foi encontrado na sua residência por volta das 15h00, depois de não ter comparecido na sua escola – Nicolau Breyner Academia – e ter deixado de atender os telemóveis.

Nascido em Serpa, em 30 de Julho de 1940, Nicolau Breyner frequentou o Liceu Camões, estudou canto e chegou a integrar o coro da Juventude Musical Portuguesa. Depois frequentou a Faculdade de Direito de Lisboa, animado pelo sonho de poder tornar-se diplomata, mas acabou por desistir do curso e por se dedicar à actividade musical e teatral. Ainda estudou no Conservatório Nacional, onde frequentou os cursos de canto e de teatro.

Destaque-se o facto de Nicolau Breyner ter apoiado actividades de oposição à ditadura no final dos anos sessenta, do século XX.
Estreou-se como actor, sob a direcção de Ribeirinho, na peça “Leonor Telles”, de Marcelino Mesquita. Após o 25 de Abril fez o seu grande programa televisivo, com o titulo “Nicolau no País das Maravilhas”. Nesse programa fez com Herman José a famosa rábula “Senhor Feliz, Senhor Contente”, que gozou de invulgar popularidade.

No principio da década de oitenta surgiu como actor, como co-autor e como director de actores de Vila Faia (1982), a primeira telenovela portuguesa. Depois criou a NBP produções, hoje (Plural Entertainment), a sua própria produtora de televisão, em que foi administrador, produtor e realizador.

Teve mais de 50 participações no cinema, em filmes de cineastas de várias gerações, desde Fernando Lopes a Jorge Paixão da Costa, passando por António-Pedro Vasconcelos, Joaquim Leitão, Leonel Vieira, Mário Barroso e João Botelho, entre outros. Foi também o principal actor de longas metragens que realizou. Pelas suas prestações como realizador e actor recebeu três globos de ouro em 2003 e 2004.

Em 1995 candidatou-se pelo CDS-PP à Câmara de Serpa, não tendo ganho as eleições e permanecendo algum tempo como vereador.

Nicolau Breyner era primo da escritora Sophia de Mello Breyner Andresen.

Da sua extensa biografia artística constam dezenas de programas de televisão, numerosas peças de teatro e filmes, de que se destacam em 2014 “Os Gatos não têm Vertigens” e “Virados do Aveso”. Em 2012 dirigiu e representou no filme “A Teia de Gelo”.

Poucos actores portugueses tiveram uma actividade tão diversa e rica, mas sempre valorizada pela componente autoral de que não abdicou e que fez questão de considerar essencial na sua vida. Também por esse motivo lhe foi atribuída a Medalha de Honra da cooperativa, destacando-se a diversidade e a qualidade das obras a que, como autor, deixou o seu nome ligado. Em 16 de Outubro de 2014, Nicolau Breyner participou na SPA numa sessão de homenagem a Herman José em que lhe foi entregue a Medalha de Honra por 40 anos de carreira.

Nesta ocasião triste, a SPA evoca o autor e o actor, destacando as suas grandes qualidades artísticas, culturais e humanas, testemunhando o seu profundo pesar à sua família e assegurando que o seu nome continuará sempre a ser lembrado e valorizado na cooperativa dos autores portugueses. No momento em que esta notícia é escrita desconhece-se o local onde Nicolau Breyner será velado e sepultado.

Lisboa, 14 de Março de 2016

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