A SPA manifesta o seu pesar pela morte aos 72 anos, vítima de crise cardíaca, de Mário Mesquita, natural de Ponta Delgada, jornalista e professor de várias gerações de jornalistas, que dirigiu o “Diário de Notícias” e o “Diário de Lisboa”, tendo sido em Abril de 1973, um dos fundadores do PS e deputado constituinte em 1976.
Era beneficiário da SPA desde janeiro de 1991 e seu cooperador desde outubro de 2002.
Estudante da Faculdade de Direito de Lisboa, assumiu desde muito cedo uma clara posição de resistência à ditadura, tendo sido jornalista do “República” ainda antes do 25 de Abril 1974.
Foi vice presidente da Mesa da Assembleia Geral da SPA , a partir de setembro de 2003, tendo como presidente daquele órgão o compositor José Niza.
Formou-se na Universidade Católica de Lovaina na Bélgica. Era professor na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa e fundador do Curso Superior de Jornalismo da Universidade de Coimbra.
Desde 2017 que assumia a vice presidência da ERC, depois de ter sido um dos dirigentes e dinamizadores da Fundação Luso-Americana.
Em 2020 foi um dos 17 entrevistados do livro “O Vírus, a Cultura e o Futuro” (ed. Guerra e Paz), coordenado por José Jorge Letria e uma das primeiras obras publicadas em Portugal sobre a pandemia do Covid19.
Entre os muitos prémios que o distinguiram contam-se O Prémio Artur Portela da casa da Imprensa, em 1987, o Prémio Gazeta de Mérito, o Prémio Nacional Manuel Pinto de Azevedo e o título de Doutor “Honoris Causa” da Universidade Lusófona de Lisboa.
Era autor de uma importante bibliografia de que destacam títulos como “o Estranho Dever do Cepticismo” (Ed. Tinta da China), que reuniu muitas dezenas de crónicas publicadas em vários jornais.
Em 2017 recebeu a Medalha de Honra da SPA, de que foi um cooperador empenhado.
Em 1981, Ramalho Eanes condecorou-o com a Ordem do Infante D. Henrique.
Em 2016 foi declarado deputado honorário da Assembleia da República. Foi durante um ano provedor do leitor do DN, depois de ter sido director daquele jornal. Foi ainda colunista do “Público” e do “Jornal de Notícias.”
A SPA, que sempre se honrou de ter Mário Mesquita entre os seus cooperadores, recorda-o como um dos jornalistas e intelectuais mais activos do Portugal democrático e testemunha à sua família o seu pesar solidário, sabendo que a sua perda a todos empobrece por ser um homem de convicções e um combatente rigoroso pela democracia e pela liberdade de informação.
Lisboa, 27 de Maio de 2022