A Direcção e a Administração da Sociedade Portuguesa de Autores manifestam o mais sentido pesar pelo falecimento, hoje, domingo, dia 19, de Francisco Igrejas Caeiro, seu cooperador há décadas e um dos nomes mais marcantes e populares da rádio, do teatro, do cinema e da televisão em Portugal.
Nascido em Castanheira do Ribatejo em 18 de Agosto de 1917, Igrejas Caeiro estreou-se como actor no Teatro Nacional de D. Maria em 1940. Em 1946 torna-se actor de cinema no filme “Camões”, de Leitão de Barros.
Como autor, apresentador e empresário, concebeu e difundiu, com assinalável êxito, os programas “Os Companheiros de Alegria” e “O Comboio das 6 e Meia”. Foi entretanto afastado da rádio pela ditadura, devido a declarações produzidas na altura da ocupação militar dos territórios que Portugal detinha na Índia, regressando à rádio, após o 25 de Abril, designadamente como director de programas. A sua passagem pela rádio permitiu-lhe ainda realizar centenas de entrevistas com as mais importantes figuras da vida cultural, artística e cívica portuguesa.
Em 1969 fundou o Teatro Maria Matos, que dirigiu com a preocupação de captar novos públicos e de consagrar os dramaturgos portugueses.
Militante do PS, foi deputado à Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Cascais.
A SPA, cuja vida acompanhou sempre de forma empenhada, atribuiu-lhe o Prémio de Consagração de Carreira em 2005 e também a sua Medalha de Honra, dedicando-lhe uma grande exposição retrospectiva em 2007.
Mesmo debilitado pela doença, Francisco Igrejas Caeiro acompanhou as actividades da SPA até quase ao final da vida.
Lisboa, 19 de Fevereiro de 2012