A SPA manifesta o seu pesar pela morte, aos 77 anos, do autor, actor e encenador Francisco Nicholson, associado da cooperativa desde 1960 e seu cooperador desde 1973. Francisco Nicholson foi membro da Administração liderada por Luiz Francisco Rebello entre Março de 1992 e Julho de 2001. Reformou-se da SPA em Setembro de 2003.
Francisco António de Vasconcelos Nicholson estreou-se no teatro com 14 anos e teve uma intensa actividade como actor, dramaturgo, guionista e argumentista, como encenador, como autor de telenovelas e êxito como autor de numerosos programas de televisão antes e depois do 25 de Abril.
De origem inglesa, Francisco Nicholson cresceu numa família ligada às artes. Estreou-se no teatro quando era aluno do Liceu Camões integrando o Grupo da Mocidade dirigido por António Manuel Couto Viana. O pai foi um dos responsáveis pela Automática Eléctrica Portuguesa.
Francisco Nicholson estudou pouco tempo no Conservatório, estreando-se como actor no Teatro do Gerifalto com o espectáculo infantil “Misterioso Até Mais Alto”, escrito por si.
Estudou em Paris privando como grandes nomes do teatro francês como Jean Vilar e Gérard Phillipe.
Foi, com Armando Cortez, actor e autor da série “Riso e Ritmo, que obteve grande popularidade na televisão portuguesa. Foi, entre muitas outras, autor das telenovela “Vila Faia”, de 1982, a primeira feita em Portugal. Também foi autor de “Cinzas”, “Os Lobos”, “O Olhar da Serpente”, tendo estado em vários destes projectos muito ligado a Nicolau Breyner.
Nicholson foi um dos autores da canção “Oração” com que António Calvário ganhou a primeira edição do Festival RTP da Canção. Foi também autor de muitas outras canções e de marchas.
Em 2014, já doente, editou o romance “Os Mortos Não Dão Autógrafos” (Esfera dos Livros). Disse na altura, numa entrevista, que só lhe faltava ganhar um prémio revelação.
Foi distinguido pelas Câmaras de Lisboa e de Oeiras com medalhas de mérito. Recebeu também a Medalha de Honra da SPA em 2012.
Foi um dos fundadores e principais figuras do Teatro Adóque, no Martim Moniz, logo após o 25 de Abril.
Participou em filmes como “Tentação”, de Joaquim Leitão. Foi guionista de outros filmes e teve colaboração regular dispersa por vários órgãos de comunicação.
Era casado com a bailarina e coreógrafa Magda Cardoso e pai da actriz Sofia Nicholson, a quem a SPA testemunha o seu pesar por esta dolorosa perda.
No momento em que este texto foi redigido desconhecia-se a hora e a data do funeral de Francisco Nicholson e o cemitério onde será sepultado.
Lisboa, 12 de Abril de 2016