O Grupo Europeu de Sociedades de Autores e Compositores GESAC), com sede em Bruxelas, realizou no passado dia 25, por videoconfererência a sua assembleia geral que contou com a presença e a intervenção da comissária Mariya Gabriel, responsável pelas áreas da Inovação, Pesquisa, Cultura, Educação e Juventude e que, falando para os 53 dirigentes representados, afirmou que “o digital não é a única via” e se referiu também à necessidade de se apoiarem os criadores culturais e artísticos com uma parcela significativa dos 1,85 biliões de euros aprovados pela Comissão Europeia para sustentar financeiramente o regresso dos países da União à normalidade da vida económica e social.
Nesta assembleia geral foram anunciados e aprovados os resultados da votação que elegeu a estrutura directiva do GESAC para os próximos dois anos e que tem como novo presidente Jean-Noel Tronc, CEO da sociedade francesa SACEM. Os vice-presidentes são Victor Finn, da IMRO da Irlanda, András Szinger, da Artijus da Hungria, e Harald Hecker, CEO da GEMA da Alemanha. A nova estrutura foi eleita por unanimidade por 33 membros do GESAC.
A Direcção, que José Jorge Letria volta a integrar, depois de ter sido presidente e vice-presidente e também presidente durante quatro anos do Comité Europeu de Sociedades de Autores da CISAC, inclui, para além do seu nome, Gaetano Blandini, da SIAE, de Itália, Gernot Graninger, da AKM, da Áustria, Karsten Dyhrberg, da STIM da Suécia, e Carine Libert da SABAM, da Bélgica.
Elogiado pelo novo presidente Jean-Noel Tronc, pelo trabalho realizado, José Jorge Letria, que assim se despediu da presidência, sublinhou a necessidade de os dirigentes das sociedades estarem unidos para poderem defender os autores junto da Comissão Europeia e para mostrarem a importância da cultura na vida colectiva, criando emprego, receita fiscal e coesão nacional. Apesar dos constrangimentos impostos pela pandemia, o presidente da SPA decidiu continuar a integrar a Direcção do GESAC, estrutura em que assumiu durante anos várias responsabilidades de topo. Agora a prioridade reside, em absoluto, na recuperação nacional.
Também Jean-Noel Tronc falou para os dirigentes das sociedades presentes, sublinhando o peso da responsabilidade que agora assume, depois de ter sido vice-presidente, e também os objectivos que devem ser concretizados junto da Comissão Europeia. Os novos dirigentes que, logo que possível, voltarão a juntar-se presencialmente, aprovaram as contas do GESAC, com um saldo positivo de cerca de 30 mil euros de 2019.
“Os sectores da Cultura-afirmou Jean-Noel Tronc estão entre os mais atingidos pela crise gerada pelo covid 19 que estamos a enfrentar. Eles perderam receitas substanciais com o confinamento e perderão um grande volume de direitos de autor em 2021 devido ao impacto das perdas de 2020 em relação ao uso global de obras protegidas em estúdios, palcos, lojas, teatros, cinemas e vendas físicas. As sociedades de autores que o GESAC representa ficam fragilizadas financeiramente. Precisamos de repensar as prioridades da União Europeia e a criação de uma efectiva prioridade para a recuperação pela qual a comissão, o Parlamento Europeu e os governos nacionais muito se batem”.
Lisboa, 26 de Junho de 2020