A Sociedade Portuguesa de Autores associa-se às iniciativas de várias instituições e personalidades que não quiseram deixar cair no esquecimento a passagem do cinquentenário do assassinato do general Humberto Delgado, em 13 de Fevereiro de 1965, por uma brigada da PIDE, em Villanueva del Fresno, junto à fronteira com Portugal. Nascido em Maio de 1906, o General sem Medo estava acompanhado pela sua secretária brasileira, que também foi assassinada pelos criminosos portugueses.
Depois do acto eleitoral de Junho de 1958, Delgado viveu intensamente a experiência do exílio, procurando novas alianças e novos interlocutores que lhe permitissem programar o derrube do regime que estivera prestes a fazer cair em termos eleitorais, caso essa possibilidade não lhe tivesse sido roubada por Salazar e pelo regime.
Humberto Delgado, escritor e dramaturgo, era sócio da SPA desde 21 de Dezembro de 1942, tendo escrito textos teatrais apresentados na Emissora Nacional.
Para assinalar a sua ligação à cooperativa dos autores portugueses, a SPA fez descerrar uma placa comemorativa numa das paredes da entrada do nosso edifício-sede (8 de Junho de 2008). Essa placa foi descerrada por Iva Delgado, sua filha, na data das eleições de 1958.
A valorização da memória heróica de Humberto Delgado constitui um relevante acto de cidadania que a SPA não quer deixar de praticar em nome dos valores da liberdade e da democracia que tanto mobilizaram Humberto Delgado e os democratas do seu tempo.
Uma peça de António Torrado, com o título “1958”, está prestes a ser publicada pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, com o apoio da SPA.
Lisboa, 10 de Fevereiro de 2015