O Conselho de Administração da SPA encara com natural preocupação a situação que se vive na RTP, considerando que o estado de conflitualidade e tensão vigente reflecte a forma inadequada como a vida interna da empresa sempre foi tratada pelo actual governo, deixando sem resposta problemas e desafios inadiáveis, para além do longo e turbulento período em que se discutiu a própria privatização daquela importante via de comunicação.
Neste momento, a SPA aguarda que surjam condições para poder negociar com serenidade e objectividade o contrato para o ano de 2015, e aspectos pendentes do de 2014, acto do qual depende uma parte da sua estabilidade financeira e o respeito essencial pelos direitos dos autores cujas obras são utilizadas pelos diversos canais da empresa. Desde Setembro que a reunião negocial tem vindo a ser adiada e cancelada, tendo o último adiamento sido efectuado no dia 11 de Dezembro, sem alternativa à vista.
Não compete à SPA pronunciar-se sobre o modelo que deve prevalecer na gestão daquela empresa pública, mas sim exigir que os seus direitos sejam convenientemente atendidos e respeitados, o que não tem vindo a acontecer.
O Conselho de Administração da SPA espera que as estruturas dirigentes da empresa respeitem os prazos negociais e assumam os seus compromissos com a celeridade possível, para se evitar que a SPA tenha de recorrer aos mecanismos de intervenção que a lei coloca ao seus alcance, no quadro da defesa dos direitos dos milhares de autores que representa.