Qual a razão para ao fim de tantos anos escolherem passar para a SPA?
Modernização. Não nos sentíamos bem representados pela congénere alemã. Esta mudança não foi feita antes por termos que cumprir as regras de transição da GEMA. Apesar de mais de 80% dos nossos concertos e actividades serem fora de Portugal, quando se trata destes assuntos, ainda mais num período em que estamos distanciados por causa da pandemia, gosto de contactar com uma pessoa que fale a mesma língua. Também contribuiu para a boa relação que se criou termos recebido o prémio da SPA para melhor disco (pelo álbum Extinct).
A propósito, acabou de ser lançado o novo álbum, Hermitage.
E é o primeiro a ser registado na SPA. É um disco de heavy metal que tem sido muito bem recebido em todo o mundo. Em Portugal, ficou no top nas três primeiras semanas e é já um dos discos mais celebrados pela crítica.
O que esperam da SPA?
Colaboração, entendimento e amizade. Contamos com uma ligação profissional, mas também emocional. Há empresas que fazem essa mediação, mas o que nos fez mudar para a SPA também é isso… Falar o mesmo idioma e lutar pelos direitos dos autores e pelo seu entendimento por parte do grande público. Entendemos que é uma casa com as portas abertas para nos podermos ajudar mutuamente. Da nossa parte também queremos ajudar a acabar com qualquer visão negativa da SPA, o que não tem qualquer razão de ser. Por isso é uma ligação emocional e de amizade com a SPA que também é uma casa que defende a qualidade, a originalidade e a propriedade.
Sentiram muitas dificuldades devido ao confinamento?
As dificuldades nunca acabam. Tal como os desafios. Os músicos e produtores são verdadeiros mestres da adaptação e da logística. Somos aqueles que fazem os planos A, B, C, D… E gerimos as expectativas.
Prevê um melhor ano para a cultura do que o de 2020?
Apesar de todas as provas dadas pela cultura em 2020, já vemos apostas de que a cultura tem que estar para além da pandemia. Sabemos fazer as coisas sustentavelmente, de forma segura, embora esteja complicada a relação da cultura com a política. Por outro lado, o público não tem noção do que se perde com os downloads ilegais e tudo o que nos tem custado este isolamento, até do ponto de vista psicológico. Estamos a reunir as nossas armas, com os nossos aliados, para a nossa guerra. Vamos oferecer algo ainda mais imperdível e não pode ser cada um por si. No caso dos Moonspell, tocámos em 2020. Para já, 2021 está a ser um ano pior. Mas a cultura contraria eventos e contrariedades.