A SPA manifesta o seu pesar pela morte, aos 79 anos, em Lisboa do realizador de cinema e crítico Lauro António, beneficiário da cooperativa desde 1975 e seu cooperador desde 1993.
Lauro António morreu na sua residência em Lisboa, vitimado por um ataque cardíaco. Estava a preparar um ciclo de cinema para a Casa das Imagens em Setúbal, criada com base na cedência do seu valioso espólio. Esse ciclo seria dedicado à comemoração dos 50 anos da criação do Cinema Apolo 70, de que foi programador e que registou muito êxitos durante várias décadas.
Foi realizador de filmes como “Manhã Submersa”, de 1980, “O vestido Cor de Fogo”, de 1983, e de “Florbela”, de 2012, entre outros. Foi, durante muitos anos, um destacado crítico de cinema do “Diário de Lisboa” e também professor. Licenciado pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, foi um dos intelectuais marcantes da vida cultural e artística portuguesa no final da década de sessenta e nas décadas seguintes, vivendo por cima do café “Vává”, onde se reuniam as figuras centrais da actividade cinematográfica portuguesa e de outras importantes áreas criativas.
A sua obra como realizador foi muito marcada pela sua ligação à literatura, designadamente a José Régio e a Vergílio Ferreira.
A sua figura foi muito popularizada com a criação da rubrica”Lauro Dérmio Apresenta”, por Herman José, no programa “Herman Enciclopédia”. Lauro António admirou e louvou a criação de Herman José, de quem entretanto se tornou amigo e que o homenageou agora na hora da despedida.
A SPA endereça à viúva e ao filho de Lauro António as suas muito sentidas condolências, recordando a qualidade da sua obra e a sua ligação à cooperativa, de que foi um membro activo e de que recebeu a Medalha de Honra pela importância do seu trabalho criador durante décadas.
Lisboa, 3 de Fevereiro de 2022