A SPA formula votos no sentido de que o expressivo resultado eleitoral obtido pelo PS nas eleições legislativas de 30 de janeiro, venha a contribuir para a estabilização política e económica do país e também para a recuperação do seu sector artístico e cultural, gravemente flagelado pelo longo ciclo pandémico.
O governo terá condições para reavaliar os mecanismos de solidariedade e para através da melhoria dos níveis salariais em geral garantir que o público terá condições para retomar os seus consumos artísticos, para ir ao cinema e ao teatro, para comprar livros e para manter um grau de exigência que virá a enriquecer a própria vivência cultural.
De qualquer modo, este sector exige a definição de um estratégia que continue a ser abrangente e motivadora, não se limitando ao reconhecimento e ao aplauso daqueles que têm méritos.
O resultado eleitoral do PS, que excedeu todas as expectativas, confirma, igualmente, sobretudo agora que há uma presença de deputados da extrema-direita no parlamento, que a solidez da democracia exige que a vida cultural do país seja forte e descentralizada, envolvendo novos públicos e as escolas.
Como sempre, a SPA, de acordo com o que é a sua prática habitual, continuará a defender os interesses de milhares de autores de todas as disciplinas e a representar a nível europeu os valores humanistas e solidários ligados à cultura e às artes. Espera a cooperativa dos autores portugueses que as directivas europeias que dizem respeito à cultura sejam transpostas no prazo e na forma adequados, para bem dos autores, dos artistas e de quem os representa.
Acredita a SPA, em fase de reorganização, que o novo governo irá ter, a nível da cultura, propostas e soluções que correspondam a uma estratégia mais dinâmica e mobilizadora que deverá ter um suporte activo na televisão de serviço público.
Sempre disponível para o diálogo e para a cooperação, a SPA deseja que a cultura e os direitos do seus criadores sejam um dos suportes do novo ciclo político, por serem um elo fundamental de uma cidadania crítica e inovadora, mas sempre com humildade, criatividade e empenho solidário.
Lisboa, 1 de Fevereiro de 202